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POESIAS E SEUS POETAS

Das Sombras e Solares

  

Amanhecer no êxtase de um bode
Depois de um pós-monumental porre
E uma irritante voz
A desejar bom dia
Ignorando a tremenda mancada
Traduzida em mal-estar e epilepsia
Notícias de TV, cenas estúpidas
De baixarias e mediocridades
E no planalto,
Vários planos a nos arrebentar
Tráfico de drogas, de influências e
cumplicidade
Estado-positivo, governo-negativo
De um postal apresentando as capitanias
hereditárias
Que ainda cultivam
Essa wave-norte-américa-otária!
E cai a tarde, réus, vítimas em juízos
A deformar toda dignidade
E você sonha com a felicidade
Dizia o triste que a tristeza é bela
E o solitário: solidão é fera
Entre mendigos, shoppings e absurdos
Produz-se tudo com arbitrariedade
Consolidando o corporativismo
E as conseqüências são coincidências
A despistar
E as evidências ecoam na noite
Um escândalo, um homicídio
A distrair os corações urbanos
E a destruir a ilusão dos vândalos.
Depois cigarro, good night, um tapa
Noturna láctea birinaite atômico
Nas avenidas cruéis, embates anacrônicos
Pandemia rima com covid, cólera, malária
E consumismo sub-reptício
Legitimando o desejo canalha
Que ainda cultiva
Essa wave-norte-américa-otária.

JORDÃO, Valmir

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